Reflexões sobre o Legado Feminino antes e após o 25 de Abril

No passado dia 10 de abril decorreu na Universidade Lusófona, centro universitário do Porto, mais um evento marcante das celebrações dos 50 anos do 25 de abril. Desta vez, a iniciativa foi liderada pelo projeto FEMglocal – Movimentos Feministas Globais: Interações e Contradições, em colaboração com a Faculdade de Direito e Ciência Política e o Doutoramento em Comunicação e Ativismos da Universidade Lusófona. O objetivo principal deste evento foi refletir sobre o significado e o legado do 25 de Abril, sob a perspetiva das mulheres, num contexto de incerteza política e social em que se questionam liberdades e direitos adquiridos. 

A conferência contou com a presença especial da Professora Doutora Irene Vaquinhas, uma autoridade no campo da História, com doutoramento em História e catedrática na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A Professora Doutora Irene Vaquinhas, que já coordenou cientificamente o Centro de História da Sociedade e da Cultura, é reconhecida como uma das investigadoras mais destacadas na História das Mulheres e do Género em Portugal. 

A sessão foi aberta com as palavras do Professor Doutor António Tavares, ficando a moderação a cargo da Professora Doutora Célia Taborda. A Professora Doutora Irene Vaquinhas delineou na sua apresentação um percurso histórico das lutas das mulheres, começando pela época da Revolução Francesa, em que as mulheres lutavam pelos seus direitos, uma fase decisiva na história feminina. 

Após a Revolução Francesa, as mulheres começaram a ter voz pública, circulando petições nas praças públicas em defesa dos seus direitos. Também a Revolução Liberal de 1820 teve um impacto significativo na história das mulheres, marcando o início do seu envolvimento na vida política, como evidenciado na marcha de Versalhes. 

A Professora Doutora Irene Vaquinhas continuou a sua linha de pensamento com momentos importantes na luta das mulheres e destacou o histórico caso de Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal, cujo feito levou a alterações legislativas significativas. A partir da Revolução de 25 de abril de 1974, as restrições de género no direito de voto foram abolidas e a presença feminina na assembleia aumentou. 

Embora as mulheres tenham percorrido um longo caminho ao longo dos últimos 50 anos, ainda há muito a ser feito para alcançar a igualdade de género. O nome e as contribuições das mulheres na história muitas vezes são esquecidos, sendo fundamental que sejam incluídos nos manuais escolares e discutidos em contexto educacional. 

O encerramento da sessão ficou a cargo da Professora Doutora Carla Cerqueira, que destacou a importância de eventos como este, intitulado "Mulheres (e)m Revolução", como uma forma de reconhecer e celebrar as mulheres que foram protagonistas de importantes mudanças sociais.

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